A tarde de quarta-feira (28) foi bastante musical para cerca de 30 alunos do ensino fundamental. De Beethoven a Luiz Gonzaga, eles interpretaram diferentes estilos na final do Prêmio Helena Meirelles de Música Instrumental da Reme (Rede Municipal de Ensino).
O Complexo Multiuso da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) serviu de palco para as 13 apresentações realizadas em orquestras, duos, trios e solo. Durante duas horas, os participantes esbanjaram talento tocando flauta, violão, ukulele, violoncelo, tuba, trompete e outros instrumentos de sopro.
Os três primeiros colocados foram os alunos da Orquestra de Metais e Percussão da Escola Municipal Eduardo Olímpio Machado; Emanuel Geovanny da Costa Paiva da Escola Municipal João Cândido de Souza e Marcus Vinícius de Barros Muniz da Escola Municipal Vanderlei Rosa. Com direito a premiação, eles receberam um violão, carron e pandeiro.
Antes de sair o resultado do concurso, Marcos Vinícius de Barros, de 13 anos, conversou com o Lado B. Ele falou sobre a apresentação da música 'Mercedita' e a relação que tem com o instrumento escolhido. “Eu tocava ukelele há quatro anos, mas nesse ano comecei a tocar mais. Eu estava muito nervoso, é a minha primeira vez participando”, diz. Além do ukulele, Marcos pretende aprender a tocar atabaque, pois gosta do poder que a música tem em o distrair no dia a dia. A professora Kétlen Ane dos Santos Silva fala sobre a preparação feita com o estudante para o concurso e a homenagem feita à Helena Meirelles.
Em relação a oportunidade de representar o colégio com os alunos, Kétlen comenta sobre o sentimento de orgulho e o compromisso em participar dessas iniciativas. “É super legal, é um orgulho, é importante. A gente sempre que pode participa dos festivais. Durante o ano deixamos uma carta na manga para na hora que tiver alguma apresentação termos uma coisa legal para tocar”, fala.
“A gente já tinha tocado Mercedita durante as aulas. Nós temos um repertório bem grande, quando veio para a música instrumental resolvemos pegar ela para homenagear a Helena. Passamos a treinar mais firme o solo, porque o Marcos gosta mais de tocar a parte solada”, explica a professora. O técnico em música da Semed (Secretaria Municipal de Educação), Marcos Assunção, de 45 anos, é o responsável pelo projeto Arte e Cultura. Ele comenta sobre o começo do projeto e os valores trabalhados com os alunos por meio da música instrumental.
“Esse projeto começou em 2017 e a proposta é privilegiar os alunos do instrumental. É uma música que está longe da indústria cultural, então a música instrumental já traz a importância da apreciação, dos valores existentes no contexto de criação dessa arte e de outras questões relacionadas à educação do indivíduo”, justifica Marcos.
Para participar do concurso, Victor Leal dos Reis, de 15 anos, aceitou aprender a tocar o instrumento que ninguém queria, o violoncelo. Desde que começou a se preparar para apresentação, ele aprendeu quatro músicas diferentes. O estudante relata as dificuldades e o que mais gostou no processo.
"Eu vi que era um instrumento grande que ninguém pegava e eu gostei. O violoncelo é um som rouco, forte e grave. Eu gostei disso e o que mais é difícil é controlar o som”, afirma Victor. O projeto também possibilitou que ele conhecesse mais a música instrumental. "Eu na verdade não tinha nem contato, mas a minha mãe gosta muito”, conta.
Outra pessoa que se aproximou mais da música é a aluna Ana Beatriz, de 15 anos, da Escola Municipal Doutor Tertuliano Meirelles. Após se mudar para o colégio, ela voltou a fazer aulas de flauta. Ao lado de outros colegas, ela interpretou ‘Asa Branca’ de Luiz Gonzaga.
Ana Beatriz foi uma das alunas que participou da final do concurso. (Foto: Paulo Francis)
A jovem conta sobre o retorno às aulas e a vivência que tem em concursos de música. “Eu tocava desde o quarto ano, porém parei um tempo e voltei agora. Eu gostei bastante, na hora de pegar deu uma puxadinha no começo, mas foi tranquilo. O coração tá disparado, mas eu já tinha experiência por ter tocado outras vezes com outra escola”, explica. - CREDITO: CAMPO GRANDE NEWS