Por causa dos reflexos da pandemia da covid-19, a SED (Secretaria Estadual de Educação) diz acreditar que a avaliação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2021 não reflete a realidade do ensino aplicado e pode provocar ideia equivocada sobre o nível do aprendizado no Brasil.
Entre as justificativas, especialistas apontam que, por causa da pandemia, muitos alunos deixaram de fazer a prova do Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que mede o conhecimento de Português e Matemática. Além disso, vários estados optaram por aprovar automaticamente todos os alunos, mesmo que o rendimento não fosse satisfatório.
Em Mato Grosso do Sul, a prova do Saeb foi feita entre novembro e início de dezembro de 2021, quando o País ainda enfrentava os sinais da pandemia.
De acordo com Marta Avancini, da Jeduca (Associação de Jornalistas de Educação), muitos estados optaram por fazer a aprovação automática dos estudantes, aprovando alunos que não conseguiram aprender. Isso influenciou diretamente no resultado, já que a nota do Ideb é composta pelo número de alunos aprovados e pelo resultado do Saeb.
“Em diversas redes de ensino a taxa de aprovação aumentou artificialmente em função do Parecer 19/2020 do CNE (Conselho Nacional de Educação), que autorizou a fusão dos anos letivos de 2020 e 2021. Com isso, as redes de ensino puderam fazer a promoção automática dos estudantes, refletindo na taxa de aprovação coletada por meio do Censo Escolar”, avaliou Marta Avancini.
A aprovação automática não foi adotada em Mato Grosso do Sul. “Somos contra passar de ano o aluno que não aprendeu. Muitos tiveram dificuldade porque ficamos dois anos sem aulas presenciais. É claro que isso prejudicou o aprendizado, mas não podemos simplesmente aprovar alunos que não estejam preparados para passar para a próxima etapa do aprendizado”, explicou a secretária de Estado de Educação, Maria Cecília Amendola da Motta.
Em Mato Grosso do Sul, a Rede Estadual de Ensino e as escolas implementaram soluções tecnológicas, sistema de busca ativa aos alunos e monitoraram, ao longo do período pandêmico, o aprendizado, mas não ficaram imunes aos impactos da pandemia na educação.
“O Ideb 2021, ao invés de cumprir com os objetivos para os quais foi criado em 2007, de ser um indicador da qualidade educacional e de referência para implementação de políticas educacionais, evidenciou o impacto da pandemia na Educação, promovendo uma comparação entre o que julgamos incomparável e as circunstâncias apresentadas”, finalizou a secretária Cecília Motta.
Fonte: midiamax